Praça São Francisco de Assis - Patrimônio da Humanidade Foto: Grazziele Santos |
“Dona mocinha
Vamos passear!
Em seu balanço
Vamos passear
Me dê a mão
Vamos passear
Tralalalá
Oi vamos passear”
Pois então: aproveitando a cantiga, lhe convido para fazer um passeio pela nossa cidade: Me dê a mão e vamos passear!
Você vai ficar encantado, porque ela é muito mais velha que você, pois nasceu em 1590, depois de uma luta muito desigual entre nossos habitantes, os indígenas e as tropas portuguesas chefiadas por Cristóvão de Barros a mando do Governador Luiz de Brito que estava injuriado porque os índios além de ferozes, receavam que os franceses levassem nosso pau-brasil em troca de bugigangas.
A luta foi muito desigual porque os índios chefiados por Baepeba só tinham arco e flecha e os portugueses tinham armas de fogo e além do mais, cavalos.
E foi índio morto por todo lado. É claro que quem saiu perdendo foram os índios. Foram mortos mais de quatro mil e os que sobraram se embrenharam pelas matas com cacique e tudo.
Era dia primeiro de janeiro de 1590 e Cristóvão de Barros, todo feliz fundou a cidade forte de São Cristóvão e dedicou a cidade a Nossa Senhora da Vitória na certa porque achou que foi ajuda da Santa ele ter alcançado a vitória sobre os índios. Eu nem acho que a Santa se meteu nessa briga, não mesmo, porque índio também é filho de Deus e ela não ia se complicar com Ele.
Igreja do Rosário do Homens Pretos
Igreja do Rosário do Homens Pretos Foto: Grazziele Santos |
Sua torre sineira, como o nome indica, é o lugar onde fica o sino para chamar os fiéis.
É uma igreja pequena com nave única, possuindo, porém Capela-mor e sacristia. Foi de grande importância cultural para São Cristóvão, pertencente à Irmandade dos Homens Pretos, a mais antiga da cidade. Foi palco de grandes festividades.
Segundo Serafim Santiago ela foi importante não só para a religião, mas também para a cultura popular.
A Irmandade dos Homens Pretos, era muito unida e organizava festejos muito importantes para a comunidade, como:
Mourama, Taieira, Caceteira, Cacumbi e a Chegança, com todo seu aparato cênico, com a presença das naus dos mouros e da cristandade, de beleza extraordinária, isto sem falar nas procissões, louvores a N. Sra do Rosário.
Era também à frente da Igreja do Rosário que Romana e outras ex-escravas como Maria Cabeça, Delfina, Gertrudes, Rufina, Raimunda e muitas outras que participavam da Taieira, se apresentavam vestidas com suas saias brancas e blusas enfeitadas com laços de fitas coloridas e chapéu na cabeça. Elas saiam do Beco de Pai Tomé, gingando ao ritmo do batuque e exibindo sua beleza negra enquanto cantavam:
“Virgem do Rosário
Protegei as Taieiras
Que no vosso dia
Não façam asneiras”
Para os louvores a Nossa Senhora do Rosário, não faltava também a presença de “seu” Felipe da Luz como rei do Cacumbi, cantando:
“Lê-lê, vamos todos
Ao Rosário de Maria
Padre Nosso e Ave Maria
No Rosário de Maria”
Então, gostou do passeio?
Podemos outro dia descobrir mais belezas em nossa cidade.
Profª. Aglaé D'Àvila Fontes