Para que um blog?

A Secretaria de Cultura e Turismo de São Cristóvão e sua Fundação “João Bebe Água” entram na era das Redes Sociais e apresenta seu blog. Através dele podemos oferecer à comunidade, informações sobre a cidade, sua história cultural, seus fazeres e saberes.
A Secretaria de Cultura e Turismo foi criada em 2008 e a partir de 2009 passou a ter uma nova feição, comprometida com a valorização do Patrimônio Cultural da cidade nas suas vertentes mais significativas: patrimônio material e patrimônio imaterial além de estabelecer uma organização administrativa colocando a instituição no modelo da modernidade gestora.
Uma das suas decisões foi buscar estabelecer a legalidade da Fundação João Bebe Água desativada desde 2007 e fazendo parte do seu núcleo funcional. O que aconteceu em 2010. Isto permitiu que participássemos de editais do governo do estado e do governo federal, através do Ministério da Cultura e Ministério do Turismo projetos mais significativos como Fasc, reforma do Centro Cultural, criação de Biblioteca Infantil e reforma da Biblioteca e Casa do Folclore.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

CASA DO FOLCLORE "ZECA DE NORBERTO"

Oi minha gente,
vamos passear
no seu balanço
oi vamos passear!

No passeio de hoje vamos visitar a Casa do Folclore que fica ali na Praça São Francisco, Patrimônio da Humanidade desde agosto 2010.

Pronto, chegamos!

Esta é a Casa do Folclore “Zeca de Norberto”, que foi instalada no dia 16 de setembro de 2000, na Rua das Flores por três jovens:
• Maria Glória Santos
• Paulo Sérgio Oliveira
• Edileuza dos Santos
Desejosos de valorizar o folclore sergipano. Esteve funcionando em vários lugares até que foi incorporada à estrutura municipal através da Lei nº 068/2009 de 11 de dezembro de 2009, ocupando uma sala na Praça São Francisco onde se encontra até hoje.
O nome do espaço já identifica seu objetivo:  tratar das questões da cultura tradicional ou folclore.

Zeca de Norberto

O nome de Zeca de Norberto dado à Casa, se deu em homenagem feita ao brincante mais antigo da Caceteira, Samba de Coco e Chegança, figura comprometida com os folguedos e danças do folclore de São Cristóvão.
Agora a Casa está ganhando uma nova roupagem com uma proposta mais comprometida com o patrimônio imaterial. O foco é São Cristóvão, porém alinhada por pesquisa e registro documental.
Fotos, textos, objetos, traduzem sua nova feição que a partir do dia 22 de agosto do corrente ano poderá receber a visita de todos.
Assim, uma nova caminhada se inicia, oferecendo conhecimento sobre o patrimônio imaterial.
A homenagem para ser entendida precisa ser justificada. Não pode ser apenas um nome  no portal porque é um símbolo.
Assim é preciso que nesta comunidade você conheça a história de Zeca de Norberto. É comum no nordeste, o nome do pai ou da mãe, sem nem precisar de sobrenome.

 Assim pode-se ouvir alguém dizer:

- Maria de Jovelina
- Joana de “Seu”  Tonho
- Zé de Marocas
Pois, foi assim que José Lourenço dos Santos ficou conhecido como “Zeca de Norberto” que era o seu pai, morador do Apicum. Aprendeu não só a pescar com o pai, mas todas as “brincadeiras” do folclore de São Cristóvão.
As danças e folguedos entraram em seu coração e não saíram mais.
Não havia Caceteira sem Zeca, nem samba de Coco, nem Chegança sem o filho do “seu” Norberto.
Era baixinho  na estatura,  mas, gigante na defesa da cultura de sua gente.
Nasceu no dia 08 de setembro de 1901 em São Cristóvão e morreu no dia 04 de abril de 1970.
Morreu? Mentira!
É morador eterno da Casa do Folclore, onde sua história está guardada junto aos grupos que compõem nosso Patrimônio Imaterial.
Gostou do passeio?
Venha outro dia...
     

Profº Aglaé d' Ávila Fontes

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Passeando pela história

 
Praça São Francisco de Assis - Patrimônio da Humanidade
Foto: Grazziele Santos
  Existe uma cantiga de roda que em sua ingenuidade, diz assim:

“Dona mocinha
Vamos passear!
Em seu balanço
Vamos passear
Me dê a mão
Vamos passear
Tralalalá
Oi vamos passear”



 Pois então: aproveitando a cantiga, lhe convido para fazer um passeio pela nossa cidade: Me dê a mão e vamos passear!
Você vai ficar encantado, porque ela é muito mais velha que você, pois nasceu em 1590, depois de uma luta muito desigual entre nossos habitantes, os indígenas e as tropas portuguesas chefiadas por Cristóvão de Barros a mando do Governador Luiz de Brito que estava injuriado porque os índios além de ferozes, receavam que os franceses levassem nosso pau-brasil em troca de bugigangas.
A luta foi muito desigual porque os índios chefiados por Baepeba só tinham arco e flecha e os portugueses tinham armas de fogo e além do mais, cavalos.
E foi índio morto por todo lado. É claro que quem saiu perdendo foram os índios. Foram mortos mais de quatro mil e os que sobraram se embrenharam pelas matas com cacique e tudo.
Era dia primeiro de janeiro de 1590 e Cristóvão de Barros, todo feliz fundou a cidade forte de São Cristóvão e dedicou a cidade a Nossa Senhora da Vitória na certa porque achou que foi ajuda da Santa ele ter alcançado a vitória sobre os índios. Eu nem acho que a Santa se meteu nessa briga, não mesmo, porque  índio também é filho de Deus e ela não ia se complicar com Ele.

Igreja do Rosário do Homens Pretos
Igreja do Rosário do Homens Pretos
Foto: Grazziele Santos
Construída no início do ano 1746 sua portada, janelas e óculos, são feitos em pedra de cantaria.
Sua torre sineira, como o nome indica, é o lugar onde fica o sino para chamar os fiéis.
É uma igreja pequena com nave única, possuindo, porém Capela-mor e sacristia. Foi de grande importância cultural para São Cristóvão, pertencente à Irmandade dos Homens Pretos, a mais antiga da cidade. Foi palco de grandes festividades.
Segundo Serafim Santiago ela foi importante não só para a religião, mas também para a cultura popular.
A Irmandade dos Homens Pretos, era muito unida e organizava festejos muito importantes para a comunidade, como:
Mourama, Taieira, Caceteira, Cacumbi e a Chegança, com todo seu aparato cênico, com a presença das naus dos mouros e da cristandade, de beleza extraordinária, isto sem falar nas procissões, louvores a N. Sra do Rosário.
Era também à frente da Igreja do Rosário que Romana e outras ex-escravas como Maria Cabeça, Delfina, Gertrudes, Rufina, Raimunda e muitas outras que participavam da Taieira, se apresentavam vestidas com suas saias brancas e blusas enfeitadas com laços de fitas coloridas e chapéu na cabeça. Elas saiam do Beco de Pai Tomé, gingando ao ritmo do batuque e exibindo sua beleza negra enquanto cantavam:

“Virgem do Rosário
Protegei as Taieiras
Que no vosso dia
Não façam asneiras”
Para os louvores a Nossa Senhora do Rosário, não faltava também a presença de “seu” Felipe da Luz como rei do Cacumbi, cantando:

“Lê-lê, vamos todos
Ao Rosário de Maria
Padre Nosso e Ave Maria
No Rosário de Maria”  

Então, gostou do passeio?
Podemos outro dia descobrir mais belezas em nossa cidade.

Profª. Aglaé D'Àvila Fontes